Postagens

Mostrando postagens de junho, 2017

As pessoas em primeiro lugar: normatividade ou justiça distributiva?

Cada vez que pensamos o alto índice de desemprego no Brasil, logo remetemos o problema para os efeitos diretos e indiretos da prodigiosa globalização. Esta, considerada por muitos como uma maravilhosa contribuição da civilização ocidental, melhor, dos grandes acontecimentos da Europa desde os períodos Renascentista, Iluminista e da Revolução Industrial. E que estes traziam amplo progresso nos moldes de vida nesse Continente. Bem, como não estou aqui para falar desse fenômeno secular, senão para recordar a alguns que o valor do capitalismo de lá e de cá, inspirado e conduzido por dirigentes ambiciosos e agressivos, tanto da Europa quanto da América do Norte, não é incluir as populações mais pobres do mundo, muito menos do Brasil. Assim, lembro que os recursos orçamentários e financeiros de qualquer instituição pública, não podem superpor aos deveres de assegurar os direitos de uma sociedade ao emprego, e suas condições dignas de trabalho. Enxugar a máquina administrativa e, conseq

A exótica flor da ciência fenece, quem pagará essa conta?

A exótica flor da ciência fenece, quem pagará essa conta?

Marcha pela Ciência em Brasília (DF) | ADUnB Docs

Imagem

Ufanias, rivalidades, intrigas, ódios, mortes: argamassa da banalidade do mal?

Tomo emprestado da teórica política alemã, Hannah Arendt (1906-1975), a expressão banalidade do mal [1] , conceito por ela desenvolvido no conjunto de sua reflexão filosófica e, preocupações acerca das causas e efeitos catastróficos (concretos e simbólicos) dos crimes cometidos na II Guerra Mundial, no regime Totalitarista do Nazismo. Quase duas décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial, Arendt publica Eichmann em Jerusalém, fruto dos registros do julgamento de Adolf Eichmann, onde analisa o mal produzido por sujeitos, grupos sociais, que se diziam a serviço do Estado. Ela afirma que este não é um fenômeno natural, de índole individual, se não de atos brotados nas instituições, por homens consentidos, logo, uma opção política de trivializar o mal. Uma ação rotineira de cumprir ordens, sem pensar o sentido moral daquilo que estavam fazendo. O mal se tornava banal. Aquelas atitudes eram trágicas? Reprováveis? Humanitariamente incorretas? Quem teria discernimento moral para decidi-las

Filiação ao PSOL

Imagem
Caros, Tenham um bom domingo! Passo aqui para reiterar meu compromisso com o partido ao qual escolhi para seguir servindo ao meu país e à Brasília, cidade que me acolheu. Agradeço ao presidente Toninho, e à líder Maninha, pela confiança depositada. Abraços aos que, assim como eu, escolheram as fileiras do PSOL para ressignificar um outro modo de fazer política.

As molduras argutas à formação dos profissionais de saúde, quem fará?

Há mais de três décadas que o Brasil tenta mudar a forma e o conteúdo de prestar atenção à saúde da população. No entanto, todas as iniciativas, por melhor que tenham sido a origem de suas propostas em termos de base filosófica, princípios e diretrizes, não foram suficientes para alterar as bases que sustentam o modelo médico assistencial predominante no país. Afirmei em minha tese, cujo título foi Programa de Saúde da Família: estratégia de superação das desigualdades na saúde? Análise do acesso aos serviços básicos de saúde, que essas bases não sofreram alterações porque traziam em seus cernes, elementos parciais dos problemas complexos que se enfrentam na construção de um novo modelo, entre eles, a formação dos profissionais de saúde. Formação essa pautada pelo mercado de trabalho, predominantemente para atender o setor privado, que compete, feroz e impetuosamente com o setor público, para ter acesso aos melhores trabalhadores da saúde. E que se sustenta na tônica de: (1) diss

A saúde pública no Distrito Federal: o novo caminho que não começou.

Instituído há 23 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um marco na mudança no modelo de atenção no Brasil. Maior política social do país, atende desde a vacinação, programas específicos dirigidos aos diferentes ciclos de vida (crianças, adolescentes, adultos, idosos) e de situações de risco e/ou agravos. Entretanto, o SUS no Distrito Federal vem sendo desmontado por décadas, por seguidos governos, que descumprem o dever do Estado no atendimento das necessidades e direitos humanos básicos (CF de 1988; Art. 6º - Direitos Sociais). No SUS todos os serviços de assistência à saúde podem ser complementados por contrato ou convênio com terceiros, desde que comprovada a insuficiência dos serviços pelos entes públicos responsáveis pela saúde (art. 24 da Lei 8.080/90). O Estado deve garantir o acesso universal aos bens e serviços essenciais à dignidade humana, não garantida pelo mercado. E quando necessária a presença do mercado, o Estado deve assumir seu papel regular e protetor da saúde

As alturas do poder: flores ou náuseas?

Muitos de nós, que de uma forma ou de outra, vem lutando no cotidiano pelo aprofundamento da democracia como um sistema superior às instituições tradicionais da representação política, certamente recorremos ao pensamento de Hannah Arendt, não só para compreendermos, essencialmente, o que ela nos ensina sobre o conceito de política, participação, espaço público, mas pelo entendimento consecutivo do ‘poder’ como ‘força’ para dominar os espaços e a participação na política. Digo de pronto que não estou defendendo nenhuma forma de violência, seja ela, de ordem econômica, política, ideológica, cultural, religiosa, familiar, física, racial, étnica, de gênero, silenciadas ou não entre as quatro paredes das instituições e/ou das praças públicas, desaguando, decididamente, na confusão entre a liberdade de manifestação e a coação física, fundindo-se na poeira das pólvoras, mentes e mãos, pouco educadas politicamente. O que foi visto e vivido, não somente no marcado 24 de maio de 2017, em plena P